O presidente do Governo Regional considerou hoje de grande interesse estratégico a renovação, em curso, dos mercados abastecedores agrícolas da Região. O governante lembra que se trata de infraestruturas já com alguns anos, pelo que é importante a requalificação das estruturas e dos equipamentos. E, garantiu, é esse trabalho que o Governo vai prosseguir.
Miguel Albuquerque falava durante uma visita, ao início da tarde deste sábado, ao Mercado Abastecedor Agrícola da Santa, no Porto Moniz, que foi recentemente alvo de obras de beneficiação e de reequipamento, em investimentos que ultrapassaram o milhão de euros.
O líder madeirense salientou ainda o contributo que os mercados abastecedores dão aos agricultores madeirenses, frisando que este é um serviço de apoio aos produtores, «uma ajuda que o Governo Regional dá numa atividade dura como a da agricultura». Que irá prosseguir.
«Temos aqui um conjunto de profissionais e empresários agrícolas que têm uma produção bastante acentuada, sobretudo de cenoura, batata doce e semilha», recordou, a propósito dos agricultores ali presentes,
Com os centros abastecedores, há a capacidade de certificar os produtos em termos sanitários, mas também de disponibilizar serviços de receção, lavagem, embalagem e armazenamento dos produtos e, sobretudo, «de algo que é muito importante para os agricultores, que são as câmaras de frio e de cargas e descargas».
«É um serviço que o Governo Regional presta aos nossos empresários agrícolas e que tem de continuar a prestar», assegurou.
A outro nível, admitiu que ainda há agricultores que são penalizados no seu rendimento, sobretudo na semilha e na batata-doce, por conta de um conjunto de intermediários que fazem baixar o preço dos produtos, com claro prejuízo para os produtores. Produtos que são, neste momento, muito bem pagos nos mercados e nos supermercados.
Segundo Miguel Albuquerque, aqueles que estão a produzir para as grandes superfícies não têm esse problema porque têm uma planificação e têm os preços com que podem contar e têm escala. Estão mais salvaguardados e com melhores rendimentos, reforçou.
Desta forma, o Governo Regional vem sugerindo e encetado contactos em nome de vários produtores, tendo em vista que os mesmos tenham relações comerciais com as grabndes superfícies, garantindo assim maior margem de rendimento.
O governante defendeu ainda o consumo produto madeirense. «A semilha da Madeira é muito melhor do que a de fora e as pessoas não se importam de pagar um pouco mais, porque é, de facto, melhor. É este espírito que pretendo, porque compra-se melhor qualidade, mais fresco e ajuda-se a economia local», defendeu.
Aliás, o próprio Miguel Albuquerque, à sua chegada ao Mercado Abastecedor, falou com uma das agriculturas que ali estava, Maria Teixeira, que reclamou do preço da semilha, sempre na fronteira entre o lucro e o dar para os custos. E o presidente do Governo Regional tomou nota e prometeu fazer contactos de empresas que atuam no mercado com maior escala e que pagam acima da média.
E recordou os vários apoios diretos e indiretos proporcionados pelo Governo Regional a todos os produtores, como são os serviços gratuitos que os mercados abastecores disponibilizam aos produtores.
Lembre-se que o Governo Regional está empenhado em assegurar uma Rede de Centros de Abastecimento Agrícola para apoiar os agricultores e como tal tem previsto intervenções no Centro de Abastecimento de Produtos Agrícolas (CAPA) em São Martinho no Funchal. Melhorias também vão existir nos mercados abastecedores existentes nos Canhas, nos Prazeres e em Santana.
O CASA, hoje visitado por Miguel Albuquerque, é constituído por um edifício principal, com dois pisos e uma casa de porteiro, nas quais se desenvolvem atividades de apoio direto aos agricultores, nomeadamente, na receção, processamento, armazenamento e expedição de produtos hortícolas.
Este espaço é constituído por instalações dedicadas ao processamento, lavagem e pesagem dos produtos, bem como dispõe de instalações adequadas ao armazenamento refrigerado dos mesmos, possuindo ainda uma zona administrativa e um espaço reservado aos funcionários.
Em termos de capacidade de conservação de produtos agrícolas, possui uma câmara frigorifica de reserva de diárias com capacidade de 233 m3 e ainda duas câmaras frigorificas de conservação de cenoura, com uma capacidade total de 1.044 m3 e ainda uma outra para conservação de semilha com capacidade de 2.147 m3.
Lembre-se ainda que, na ocasião, a secretária regional da Agricultura, Ambiente e Pescas, Rafaela Fernandes, lembrou que o Centro de Abastecimento Hortícola da Santa terá uma feira mensal, para que os produtores da costa norte possam fazer a venda direta dos seus produtos.
A data da feira será em concertação com os agricultores, devendo a primeira realizar-se já no início do próximo mês. E o Governo vai criar incentivos para potenciar animação no local, para atrair mais visitantes.