A abertura da exposição fotográfica “Olhares da Resistência – Uma Homenagem aos Defensores da Ucrânia”, na passada sexta-feira, ficou marcada pela comoção que trespassou a sala Poente Sul da Reitoria da Universidade da Madeira. Na cerimónia compareceram antigos combatentes ucranianos, familiares e amigos de militares caídos e de homens e mulheres que continuam a defender a sua pátria. Não faltaram madeirenses que manifestaram o seu tributo à causa do povo ucraniano.
O diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Sancho Gomes, agradeceu a todos os familiares e amigos dos defensores da Ucrânia que cederam e quiseram partilhar os ‘Olhares’ e as histórias dos protagonistas da exposição, “alguns que faleceram a defender a sua pátria, outros que continuam a lutar na linha da frente pela paz, pela sua dignidade, pelos seus valores, e alguns veteranos de guerra que atualmente se encontram a viver na Madeira”.
O governante falou sobre os defensores, sobre a luta pelos valores da civilização ocidental, sobre dignidade, sobre paz e guerra. “O combate que vocês fazem todos os dias na Ucrânia é um combate por todos nós, pela civilização ocidental e pela democracia contra a tirania e a arbitrariedade perpetrada pelo regime imperialista putinista”, sublinhou.
Sancho Gomes destacou “a grandeza dos olhares e das histórias partilhadas” que nos fazem refletir sobre o que é a guerra – uma realidade que desconhecemos em Portugal – sobre o que é viver, sobre o que é morrer pela sua pátria. “Quando somos confrontados com antigos combatentes e com os familiares e amigos dos defensores, que todos os dias ouvem relatos da frente, é impactante vermos e estarmos próximos desta realidade.”
Naquele que foi um momento de comunhão entre madeirenses e a comunidade ucraniana, Sancho Gomes sublinhou a importância desta mostra, uma iniciativa da Associação Ucrânia com Amor, e do curador Yuri Samsung, em parceria com a Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa e que mereceu o apoio da UMa e da Câmara Municipal do Funchal, no âmbito das comemorações do Dia dos Defensores da Ucrânia.
“Este é um momento de partilha muito importante. De um lado temos a comunidade ucraniana que partilha connosco um dos capítulos mais desafiantes da sua história recente, mostrando a sua resiliência e a sua humanidade. Do outro lado temos os madeirenses, que apesar de não conhecerem a realidade da guerra e de não conseguirem viver em profundidade aquele sofrimento, são solidários com a causa e empáticos com o povo ucraniano”.
“Estamos com o povo ucraniano contra este ataque que continua a ser perpetrado pela Rússia. Continuaremos a trabalhar diariamente no sentido de facilitar o vosso processo de integração e de vos apoiar em iniciativas como esta que é parte da vossa luta justa e legítima”, disse, garantindo que “as portas da Madeira estarão sempre abertas para os cidadãos ucranianos”.
Antes da guerra residiam na Madeira 225 cidadãos oriundos da Ucrânia. Atualmente vivem na Região 1.125 ucranianos, 900 dos quais têm o título de proteção temporária solicitada após o início do conflito. Das 123 nacionalidades que residem na Região, os ucranianos constituem-se como a quinta maior comunidade. Nas escolas são a quarta maior.