O presidente do Governo Regional falava na cerimónia de abertura do Autumn Meeting 2024 do Conselho Europeu das Ordens dos Médicos. O evento realiza-se pela primeira vez na Madeira.
Perante uma plateia de responsáveis médicos de vários países europeus, o líder madeirense defendeu que «o primeiro desafio que temos hoje na Europa é o de saber como vamos manter, nos países europeus, e com uma economia com fraco crescimento, uma Saúde Pública com capacidade de prestar serviços de qualidade à generalidade dos cidadãos, da mesma forma que existem, (como têm de existir, numa Sociedade livre e democrática), na Saúde Privada».
Ou seja, explicou, «como vamos ter uma Saúde Pública apta a competir, em recursos humanos, em tecnologia, em capacidade de investimento e de resposta, com uma Saúde privada».
Aos participantes no encontro, Miguel Albuquerque lembrou o exemplo madeirense: «Na Madeira estamos a construir um novo Hospital. Tem 137 mil quadrados, é a maior obra pública
em Portugal. E a questão é sabermos como vamos fazer a gestão deste novo espaço, como vamos fazer para manter uma racionalidade de gestão, quais as medidas que temos de tomar para termos capacidade de adquirir tecnologia que possa permitir concorrer com os hospitais privados e com as clínicas privadas da Madeira».
O governante lembrou a aposta tecnológica que a Região está fazendo - «nós adquirimos um novo robô cirúrgico, custou-nos 2,7 milhões de euros, que será apresentado na próxima semana» - e adiantou que «para ter 875 médicos no Serviço Regional de Saúde, a Madeira tem de ter capacidade financeira de assegurar complementos remuneratórios, garantindo-lhes remunerações adequadas no Serviço Público».
A outro nível, defendeu a necessidade da cooperação europeia na área da saúde, sublinhando que «foi preciso aparecer o COVID, para se perceber da importância desta colaboração».
Mas, realça, há questões a refletir, como, por exemplo, se perceber como é que se fará a circulação, na Europa, dos dados pessoais médicos.
Miguel Albuquerque referiu ainda ser importante que se discuta, em termos europeus questões importantes para os profissionais de Saúde, como o burnout ou a violência contra médicos e enfermeiros quando em atividade. «São assuntos que têm de ser refletidos e enquadrados legislativamente no quadro europeu», preconizou.
Há ainda uma outra questão que, defendeu, a salvaguardar, que á do direito de um cidadão europeu ser tratado de forma equitativa em qualquer país da Europa.