O presidente do Governo Regional falava na cerimónia de apresentação do projeto de ampliação do edifício do Arquivo e Biblioteca da Madeira, que terá um custo entre 25 a 30 milhões de euros, comparticipado no âmbito do Madeira 2030.
Na cerimónia, o governante assumiu ser um grande gosto estar ali, «num edifício, de facto, magnífico», que veio tornar as suas noites mais sossegadas. «Não é que eu não durma bem. É que durante muitos anos uma das minhas grandes preocupações era a questão do Arquivo Regional e Municipal, que estava em edifícios que envolviam alguma perigosidade», acrescentou, de pronto.
Segundo o líder madeirense, a construção do edifício do Arquivo e da Biblioteca «é uma das obras mais importantes realizadas na Madeira em termos de preservação da nossa memória, do nosso espólio patrimonial, da nossa vida no passado». Até porque, lembrou, «quem não entende o passado, não percebe o presente e muito menos conseguirá perspetivar o futuro».
«Quando esta obra foi inaugurada, ouvi alguns dizer que se tratava de uma obra megalómana, demasiado grande. Enfim, as conversas do costume. Mas, a verdade é que chegamos a um ponto em que nós precisamos, por razões funcionais, por razões de depósito, por razões até da própria alteração na estrutura e no funcionamento da nossa política de arquivo, de ampliar este espaço», explicou.
A obra deverá ascender entre os 25 a 30 milhões de euros, com o Governo Regional a contar com os fundos Madeira 2030 para a cofinanciar. «Temos condições para o fazer e é fundamental que se perceba o que está em jogo: que á a preservação no tempo do nosso património histórico», disse ainda.
«Se nós continuarmos no Governo (não sabemos se vamos continuar) esta obra vai para a frente», asseverou. Embora recordando que a Região não tem sequer um Orçamento e frisando que esta obra é um compromisso seu e da sua equipa, lembrou que cabe a cada um assumir as suas responsabilidades. «Eu assumo as minhas«, concluiu.
O Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional de Equipamento e Infraestruturas, está a desenvolver o projeto para a ampliação do Arquivo e Biblioteca da Madeira (ABM), situado na freguesia de Santo António, cidade do Funchal.
O principal objetivo da intervenção, é disponibilizar mais espaço para depósito, de forma a responder quer à carência desse mesmo espaço no sector público, no contexto das funções de arquivo definitivo da administração pública regional, quer às necessidades inerentes às funções de biblioteca pública geral e ao depósito legal de publicações.
O segundo objetivo da intervenção, passa por modernizar a oferta ao nível das funções de biblioteca e leitura pública e implementar funcionalidades e serviços que não estão contemplados no projeto do atual edifício.
A ampliação do ABM irá permitir duplicar a capacidade do espaço do depósito, que atualmente encontra-se já com uma ocupação superior a 70 %, passando a disponibilizar uma capacidade da ordem dos 35 000 metros lineares de arquivo.
Ao nível da modernização do espaço, nas suas valências funcionais de acesso ao público, serão implementadas novas funcionalidades, como áreas diferenciadas para a leitura pública em contexto de biblioteca, área para serviços educativos, áreas de estudos e de trabalho, entre outras.
Serão igualmente ampliadas das áreas de conservação, restauro e pré-arquivagem, reforçando as valências do ABM nestas áreas.
Será criado um espaço museológico com área expositiva de cerca de 1 700 m2 e criado um estacionamento coberto para cerca de 150 veículos.
A intervenção incluirá igualmente a implementação de medidas de eficiência energética no edifício existente, ao nível, por exemplo, dos sistemas de iluminação e ar condicionado, adaptando todo o edifício às exigências legais e funcionais atuais.
Após a ampliação, o ABM passará a dispor de uma área bruta de construção de cerca de 33 800 m2, representando um aumento de cerca de 19 000 m2.
A elaboração do projeto de arquitetura está a cargo do conceituado gabinete de arquitetura Miguel Saraiva, Architecture Internacional, S.A..