O anúncio foi feito hoje pelo presidente do Governo Regional, durante uma visita que fez a uma exploração de cana-sacarina na Ponta do Sol, propriedade de Nélson Barreto.
Na ocasião, Miguel Albuquerque recordou que em 2015 o rendimento do processamento de cana ficava abaixo dos 600 mil euros. No ano passado, salientou, «os engenhos venderam na Madeira cerca de 5,7 milhões de euros».
«A Madeira tem, neste momento, 11 mil produtores de cana sacarina. E uma produção anual que varia entre as 9.600 e as 11 mil toneladas. Evitamos que se ultrapasse as 11 mil toneladas,
de modo a termos a capacidade de resposta por parte dos processadores, ou seja, por parte dos engenhos», destacou ainda.
Um maior rendimento do sector que deriva, em muito, de uma melhoria muito grande na qualidade do rum da Madeira, «que é considerado e que é vendido como um rum de primeira, com uma garrafa de rum velho a atingir os cerca de 100 euros no mercado».
É face a este aumento dos rendimentos que o Governo Regional vem sensibilizando os engenhos para acompanharem a Região no aumento do preço que pagam por quilo de cana.
«Da parte do Governo, nós temos feito um esforço no sentido de sensibilizar, quer os engenhos quer os organismos que gerem os fundos comunitários e os apoios do Executivo, para esta evolução ter repercussões nos produtores», reforçou.
Aos jornalistas, Miguel Albuquerque explicou ainda que a Madeira não tem capacidade de produzir rum em escala, pelo que se tem e afirmar pela excelência do produto.
Para tal, assume, há que continuar a melhorar a qualidade da cana. E para que isso possa acontecer «é fundamental que os produtores tenham um bom pagamento do seu produto».
O líder madeirense considerou também essencial «o trabalho que tem sido feito na valorização e na melhoria da qualidade do nosso rum, que é, neste momento, das bebidas mais caras do País».
Miguel Albuquerque lembrou a importância da realização do Festival do Rum, de caráter anual e que traz à Região dos maiores especialistas internacionais nesta bebida. O que também tem ajudado a subir a qualidade e aumentado a divulgação do rum nos mercados.
Agora, disse ainda, «é fundamental que se continue a fazer um esforço, quer da parte do Governo quer da parte dos engenhos, no sentido de se pagar as devidas contrapartidas a quem produz».
A concluir, recordou que defendeu junto da comissão da Agricultura da Assembleia da República – que esteve na Região e com a qual reuniu - é preciso que «se acabe com a discriminação de o nosso rum produzido na Madeira ter um imposto mais alto do que a aguardente que é importada».