O Programa Bandeira Azul elegeu para tema do ano, em 2025, o Restauro da Natureza. Trata-se de um desafio aos Promotores de candidaturas à Bandeira Azul para integrarem, na gestão dos espaços que gerem, práticas que permitam acolher a biodiversidade local e educarem diferentes públicos para a necessidade de a conhecer, valorizar e recuperar.
Na Região, trazer a Natureza de volta às nossas praias e áreas costeiras passa por darmos algum espaço e oportunidade de regresso às comunidades vegetais que ocorriam inicialmente nessas áreas, mas que foram desaparecendo em resultado da ocupação humana do território, da expansão urbana, da competição com espécies invasoras, do desconhecimento e de outras ameaças.
Quantos de nós conhecemos o zambujal e o matagal de marmulano? Quem experimentou a sombra de uma oliveira-brava ou de um zimbreiro? Quem apreciou a paleta natural de cores do litoral? o verde do buxo-da-rocha, o cinza da losna, ou o branco da perpétua? Quem reparou na forma arredondada das figueiras do inferno, nas flores do goivo-da-rocha, ou admirou as rosetas do ensaião fixas em maciços rochosos de basalto?
Esforcemo-nos por resgatar essas espécies, para que voltem a fazer parte das nossas vidas. Dêmo-nos a possibilidade de as descobrir e de apreciar e conhecer a fauna que lhes está associada.
A Direção Regional do Ambiente e Mar, enquanto coordenador regional do Programa Bandeira Azul, encoraja todos os intervenientes no Programa a se envolverem em pequenos projetos educativos e demonstrativos do potencial ornamental e paisagístico da vegetação indígena e endémica do litoral.
No Porto Santo, são ilustrativos de ações em ambiente dunar os trabalhos de remoção de plantas exóticas invasoras e utilização de plantas nativas das dunas, efetuados no âmbito do Projeto Life Dunas (LIFE19 CCA/PT/001178), junto à praia da Calheta.
Que possamos todos juntos contribuir para valorizar os locais galardoados, colocando em evidência um património vegetal único.