Pesquisar

Revista Diversidades N.º 64 - Inteligência Artificial

Janeiro a junho 2024 16-09-2024 Direção Regional de Educação
Revista Diversidades N.º 64 - Inteligência Artificial

Este número da Revista Diversidades, com a temática “Inteligência Artificial” assume e partilha as inovadoras e desafiantes perspetivas da integração das Tecnologias, nomeadamente, da Inteligência Artificial (IA), no contexto educativo e escolar, cuja primeira barreira “é a incerteza criada por uma tecnologia pouco conhecida nos meios escolares”.

Começamos com “Inteligência Artificial. Integração nas escolas- Fatores-Chave”, onde, através da compreensão e discussão dos princípios da IA na sala de aula, se pretende não só desmistificar os seus potenciais riscos e perigos, mas também ganhar insights válidos e valiosos sobre a natureza da inteligência humana e as suas interações com a tecnologia.

Isso implica, naturalmente, “novos” e “renovados” desafios éticos que a adoção destas ferramentas coloca aos sistemas escolares e, também, à sociedade e as “inevitáveis” e “indispensáveis” transformações pedagógicas nas escolas e nos contextos de aprendizagem. É sobretudo saber e ter “capacidade para tirar partido dos assistentes inteligentes”, o que depende dos princípios da “precaução, do diálogo e da cultura”.

É necessário assumir um novo paradigma na educação e nas nossas práticas educativas e, nos nossos currículos, temos efetivamente de integrar competências críticas relacionadas com a IA, o que deve incluir a “literacia de dados, o pensamento computacional, a conceção de programas curriculares que potenciam a IA, a utilização ética da IA e a preparação dos estudantes para um mundo impulsionado pela IA”. Esta integração “revolucionária” tem por objetivo “potencializar as oportunidades da AI generativa nesta área, inovando as práticas pedagógicas, impulsionando a educação para os desafios da atualidade e promovendo mudanças positivas nos métodos de aprendizagem”. Num contexto em que o sistema educativo encontra-se dominado, entre outras coisas, por uma “burocracia avaliativa insustentável” das aprendizagens, é fundamental que os docentes se possam focar em tarefas mais importantes, “como o planeamento das suas aulas e a interação com os seus alunos”.

É, por isso, decisivo, neste momento, “repensar o papel da IA no contexto educacional”, sabendo que, não só, “um professor, seja de que nível de ensino for, não perde a sua natural capacidade de ensinar se optar por incluir a IA no seu ensino”, como também, a “IA não deve ser vista como um substituto para os professores, mas sim como uma ferramenta poderosa que pode ajudá-los a ensinar melhor e a tornar mais eficaz, e até inovador, aquilo que o professor já domina.[…] A IA não é um deus ex machina, capaz de tudo fazer por nós e de controlar o que fazemos num ato educativo”.

Certamente estamos a presenciar o início de uma nova era, “a revolução da Inteligência Artificial”, cada vez mais presente em todos os aspetos e dimensões da nossa vida. Por isso, compreender e discutir os princípios da IA na sala de aula assume particular interesse e relevância, pois a escola não pode deixar de preparar os alunos para “enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades oferecidas por este avanço tecnológico sem precedentes”.

Um pequeno passo nesse sentido, está já a ser dado pelos professores das Ciências da Computação, enquanto educadores que se assumem como “inovadores e pioneiros” na incorporação e integração transversal da IA no contexto educativo, podendo, ao “partilharem os seus saberes e respetivas experiências”, desempenhar “um papel crucial na orientação de abordagens pedagógicas inovadoras que incorporam a IA” e contribuir “para a construção de um currículo interdisciplinar robusto e para a criação de um ambiente de aprendizagem colaborativo”.

Igualmente, importa referir e destacar o “impacto” decisivo que as tecnologias já apresentam e vão certamente desempenhar no futuro, ao nível da “educação inclusiva”, ou seja, podem ser “um valioso aliado dos professores na criação de um ambiente inclusivo”, na adaptação dos métodos pedagógicos de modo a que todos os alunos acedam ao currículo, participem ativamente em todo o processo educativo e tenham sucesso, sempre, com a noção bem clara que “que as crianças, com e sem deficiência, sejam envolvidas, nunca esquecendo que devem ser elas o foco do processo educativo”. Neste contexto, os sistemas de IA têm, não só, de serem eficientes, como de estarem “eticamente alinhados com os valores humanos”. Nesta abordagem, pode-se destacar o papel da Psicologia que, não só, “pode beneficiar das tecnologias de IA, mas também contribuir significativamente para o seu desenvolvimento”, isto é, que a IA e o seu desenvolvimento sejam guiados “por uma compreensão profunda do comportamento humano e pelos valores que sustentam a nossa sociedade”.

Assim, numa escola que queremos, “humana, humanizada, humanizadora e personalizadora”, é preciso agir e intervir, sob pena de estarmos a contribuir para “a criação de uma geração de pessoas estúpidas numa era de máquinas inteligentes”.

 

Marco Gomes

Diretor Regional de Educação

 

Subscreva a Revista Diversidades em https://teducativas.madeira.gov.pt/s/subscricaodiversidades

 


Este sítio utiliza cookies para facilitar a navegação e obter estatísticas de utilização. Poderá consultar a nossa Política de Privacidade aqui.