No dia em que se celebra o Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), os números dão conta da existência de mais de 120 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo, como resultado de conflitos, guerras, alterações climáticas, perseguições, violência e violação dos direitos humanos.
Um número que tem vindo a crescer nos últimos 12 anos e que duplicou em apenas 10 anos. Dos 120 milhões de deslocados, 43,5 milhões são refugiados e estima-se que este número cresça até o final de 2024.
Só no primeiro trimestre deste ano, quase 40 mil migrantes chegaram por mar à Europa e pelo menos 51 mil crianças e adolescentes refugiados estão desaparecidos na Europa. Um flagelo que nos obriga a olhar para além dos números.
Acolher refugiados vai muito além de um simples gesto humanitário. Antes de mais, é um imperativo moral, baseado nos valores de empatia, compaixão e humanidade.
É, igualmente, um investimento no futuro de uma sociedade mais justa, mais multicultural, mais inclusiva e mais próspera.
Proporcionar segurança e oportunidades para os refugiados ou pessoas a necessitar de proteção, não só salva-vidas, mas também enriquece e fortalece as comunidades de acolhimento. A diversidade trazida por estas pessoas impulsiona e inovação e a criatividade e contribui para o progresso civilizacional.
Sociedades que acolhem refugiados tendem a desenvolver maior empatia e coesão social, fortalecendo a comunidade, através de valores como a solidariedade e a cooperação.
Mas é também um ato de humanidade. Não é apenas filantropia, mas uma questão de solidariedade e partilha de responsabilidade. Como nos disse o Papa Francisco, a Terra é a nossa “casa comum”, o que significa que temos o dever de acolher o Outro.
Essa é uma obrigação, para qualquer país que se diga civilizado. Porque procurar refúgio é um direito garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e ajudar a encontrá-lo é garantir a proteção desse direito internacional. Todos os seres humanos têm direito a segurança, dignidade e proteção.
A Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa