Miguel Albuquerque falava durante a sessão de encerramento do Programa Madeira 14-20, cujos resultados foram hoje dados a conhecer, perante representantes da União Europeia e o secretário de Estado do Planeamento, Hélder Reis.
No evento, o governante fez questão de agradecer a todas as equipas que a concretização do Madeira 14-20, a todos os quadros que trabalharam para esta aplicação dos fundos europeus, de 100%.
No evento, o líder madeirense sublinhou ainda ser necessário ponderar qual vai ser o futuro da política e coesão «numa Europa que tem de alterar radicalmente as suas prioridades e que acordou com o relatório do presidente Draghi para o seu declínio».
«Perdemos o comboio da revolução digital. Entre as 50 maiores empresas digitais do mundo só quatro é que são europeias. E temos um rendimento por capita na europa de 68 mil dólares, contra 86 mil dólares nos EUA», denunciou.
Desta forma, advogou, «a Europa tem que se concentrar muito rapidamente no seu crescimento económico, no crescimento das empresas digitais, tem de acabar com aquela conversa de não se ter grandes empresas na Europa».
E há agora, lembrou, «outro grande desafio que é a canalização de fundos, muitos fundos, para a indústria de defesa e de segurança».
Assim, as regiões ultraperiféricas questionam-se sobre o seu papel em toda esta nova estratégia.
Neste sentido, releva ser importante perceber-se que «a afirmação das ultraperiféricas só pode ser feita, de momento, com base numa razão e num argumento geopolítico, que passa pela localização dessas regiões, uma presença física fundamental que representando cerca de seis milhões de habitantes é decisiva».
Mas, adiantou, «mais do que a presença geopolítica nas diversas partes do mundo, a Europa, se quiser ser uma superpotência, tem nas suas regiões ultraperiféricas 90% da sua biodiversidade e um mar territorial que vai ser agora aumentado».
Por outro lado, «no quadro da Coesão, as regiões ultraperiféricas têm a possibilidade, pela primeira vez, de assegurarem o seu desenvolvimento, em termos equitativos, através da digitalização».
«A digitalização é a grande oportunidade das nossas vidas», reforçou.
Segundo Miguel Albuquerque, «vivemos tempos desafiantes». «Mas, estou convencido que a pior coisa que podemos fazer é “meter a cabeça na areia”. Temos de estar muito atentos a essas mudanças. E temos de olhar para uma Europa que tem desafios muito importantes pela frente», complementou.
Desta forma, preconiza que «é preciso assegurar a coesão económica e social e inter-regional, senão vai haver fracturações e fraturas maiores, ou seja, haverá mais emergência de gente desconte e populismos».
A concluir, disse ainda ser necessário que «a Europa, por outro lado, tenha uma posição muito forte em relação à sua autonomia estratégica, que passa pelo investimento conjunto nas áreas da defesa e da segurança».