A edição de 2025 do Cascais International Health Forum, que decorreu nos dias 20 e 21 de março, no Centro de Congressos do Estoril, reuniu especialistas de referência para debater os grandes desafios da saúde e longevidade em Portugal e na Europa, com enfoque na inovação, equidade e resiliência. Na sua intervenção, Ana Clara Silva salientou a urgência de políticas públicas integradas que priorizem a prevenção, a autogestão e a coordenação eficaz entre níveis de cuidados, numa lógica de proximidade e personalização das respostas.
Entre os pontos destacados, realçou-se o papel estratégico da capacitação de profissionais, cuidadores e cidadãos, com enfoque em programas de literacia em saúde e em modelos como as escolas de pacientes, que valorizam a partilha de experiências e promovem a autonomia decisória. “É fundamental reconhecer que 80% dos cuidados de saúde são prestados pelo próprio ou pela sua rede familiar e social”, afirmou, sublinhando o impacto transformador de soluções educativas centradas nas pessoas.
A Diretora Regional defendeu ainda o investimento consistente em inovação tecnológica, como a telemedicina, as plataformas digitais, a inteligência artificial e o SNS 24, instrumentos capazes de antecipar crises, otimizar recursos e garantir um acesso mais equitativo aos cuidados.
Num apelo à governação colaborativa e ágil, alertou para os riscos de centralismo excessivo e destacou a importância das autarquias e entidades locais como atores de proximidade, especialmente em contextos com constrangimentos próprios, como os territórios insulares e ultraperiféricos.
A sua reflexão final deixou um repto aos decisores e especialistas presentes: “Como responder de forma eficaz aos desafios do envelhecimento e da doença crónica num contexto insular e ultraperiférico, garantindo simultaneamente sustentabilidade, equidade e inovação?