O presidente do Governo Regional da Madeira participou hoje na “Madeira AI Digital Summit”, a conferência promovida pela MCC, em parceria com gigantes tecnológicos como a Cisco, a Google e a NetApp e que decorre nas instalações do Savoy Palace.
Miguel Albuquerque, na ocasião, sublinhou ser aquela «conferência uma consequência das políticas que têm sido levadas a efeito na Região e que visam assegurar que a nossa Economia tenha uma transição digital efetiva para a chamada Economia digital, que é, na verdade, aquela que mais interessa à Região Autónoma da Madeira».
Ou seja, «a transição para a economia digital é uma oportunidade histórica para uma Região como a nossa, uma Região Ultraperiférica, que na Economia tradicional estava onerada pelo distanciamento dos grandes centros e dos grandes mercados e também pelos custos de transporte de pessoas e bens e até de serviços, bem como prejudicada pelo seu posicionamento geográfico».
Miguel Albuquerque recorda que as economias insulares, na economia tradicional, eram condicionadas por fatores endógenos de falta de competitividade e de falta de escala, sendo que a nova Economia, a digital, vem permitir que as ultraperiferias e a falta de centralidade se possam transformar em economias centrais e que haja uma penetração nos mercados mais alargados, devido precisamente a esta desmaterialização.
No seu discurso, o governante salientou que a Região tem sabido fazer a captação de um conjunto de investimentos
privados e de profissionais para a nossa Economia, num trabalho de base que foi feito em colaboração com a Universidade, com a ARDITI e com a StartUp Madeira, ao longo de todos estes anos.
«Há um posicionamento estratégico da Região como uma região atrativa para a fixação de empresas tecnológicas, há o aproveitamento das condições naturais de qualidade de vida que a Região oferece e há também o CINM que atrai empresas devido à baixa fiscalidade. Mas, hoje, para as regiões serem competitivas, têm de oferecer boa qualidade de vida e um bom Sistema de Saúde, público e privado. E também de ter boas conexões aéreas. E nós as temos», elencou.
Aos presentes na conferência, Miguel Albuquerque lembrou o crescimento exponencial das empresas da área tecnológica que estão na Região: «Os números que eu tenho são de 2022 e apontam para cerca de 500 empresas a trabalhar aqui na Madeira, com faturação de negócios superior a 612 milhões de euros».
«Quando recebermos os números de 2023, penso que vamos ter uma surpresa muito positiva, com o volume de negócios a ultrapassar os 700 milhões de euros, aproximando-se dos 800 milhões», acrescentou.
O líder madeirense recordou ainda o investimento que tem sido feito ao nível da Educação, no sentido de habilitar todos os alunos para a evolução digital e tecnológica que vem ocorrendo. «É nas novas tecnologias que estarão os melhores empregos e a maior possibilidade de fixarmos os jovens no nosso território», realçou.
O presidente madeirense enalteceu o cuidado de se ter decalcado o nosso sistema educacional, a partir de 2016, do de Singapura, «que continua a ser o melhor do mundo». E ainda o facto de «todas as escolas a partir do segundo ciclo, da Região, estarem dotadas de salas tecnológicas, onde se dá formação nas áreas da Impressão a 3D, da Robótica e dos Sensores (a base para as novas tecnologias), das Matemáticas Aplicadas e da Computação».
Por outro lado, relevou ainda, as escolas do primeiro ciclo estão orientadas com os kits de ciência. «Temos os manuais digitais a serem adaptados ao 12º ano, mas nas primárias mantemos os manuais escolares», disse.
Miguel Albuquerque sublinhou que a Região já está a usar a Inteligência Artificial nos mais diversos sectores económicos e da Sociedade.
E a terminar, a garantia: «A Região Autónoma está sempre disponível para acolher os avanços tecnológicos e, sobretudo, as empresas e os players no quadro da Ciência, da Tecnologia e da Inteligência Artificial».